O oito de dezembro de 2019 foi um dia histórico para o Cruzeiro, mas não de uma forma boa, muito pelo contrário. Essa data será lembrada como o dia em que o time mineiro foi rebaixado para a Série B do Brasileiro, pela primeira vez em sua história. Há uma série de motivos que levaram à inédita queda para a Segunda Divisão. Os fatores que influenciaram no rebaixamento vão desde o mau desempenho dentro de campo até a turbulência nos bastidores. Veja quais são os principais motivos pela queda do Cruzeiro:

Descontrole financeiro
A crise política e financeira teve influência direta no ambiente e dia a dia da equipe, pois ao longo do ano, o elenco conviveu com salários atrasados e uma gestão bastante confusa.
Desde o início da atual gestão de Wagner Pires de Sá, em janeiro de 2018, os gastos se multiplicaram no clube. Não bastassem renovações de alguns veteranos por valores questionáveis, houve aumento de salário de dirigentes, cujos contratos previam multas rescisórias milionárias.

Problemas com a policia
Os problemas do Cruzeiro vão além de uma má gestão. Em maio deste ano, quando o rebaixamento ainda era um pesadelo distante, a diretoria do clube passou a ser investigada por indícios de pagamentos suspeitos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Há denúncias de notas frias e pagamentos de comissões a empresários, por negócios que estavam previamente acertados ou que foram fechados por outros intermediários.

Troca constante de técnicos
O Cruzeiro teve nada menos que quatro treinadores só no segundo semestre de 2019, a constante mudança de comando atrapalhou um time que desde o início da competição não conseguia se encontrar.
A saída de Mano Menezes em agosto, depois de três anos no clube, desestabilizou o trabalho que já era questionável. Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista também não deram conta de fazer o time voltar a obter os resultados desejados.

Brigas internas
No momento de crise, a equipe não se uniu para reverter a situação, e o que vimos foi uma série de polêmicas e brigas internas.
Cada um tentou salvar seu pescoço de alguma forma. Em um desses casos, podemos citar algo que aconteceu uma hora antes do jogo contra o Vasco.
Naquela ocasião, Zezé Parrella detonou Thiago Neves e criticou as gestões de Wagner e Gilvan. Além disso, ele chegou a comentar sobre salários atrasados de forma irônica, tudo isso exposto publicamente.

Grandes apostas, baixos retornos
O clube investiu em jogadores que, por diversos motivos, não renderam como desejado. É o caso do armador Rodriguinho, que se destacou no primeiro semestre, mas não conseguiu mais jogar em função de hérnia de disco.
Os problemas físicos também prejudicaram o atacante Pedro Rocha. Já o lateral-esquerdo Dodô e o volante Jádson não conseguiram se firmar, apesar de a concorrência não ser tão grande.

Péssimo desempenho como mandante
Os jogos em casa poderiam ter sido suficientes para livrar a equipe do rebaixamento, mas o desempenho foi desastroso: apenas cinco vitórias em 18 partidas.
O time mineiro só venceu mais jogos que a Chapecoense e o Avaí na competição, sendo o que clube que mais empatou. Uma realidade que é comum entre os times rebaixados para a série B.

Sem aproveitamento de chances
O Cruzeiro teve chances de escapar da queda, e não foram poucas. Mais de uma vez a equipe dependia apenas de si para deixar o Z4, mas não conseguiu nem fazer a própria parte.
No último jogo da competição, por exemplo, o time mineiro não conseguiu vencer o Palmeiras, embora o resultado do Ceará já rebaixasse a equipe de Belo Horizonte.

O que podemos esperar do Cruzeiro para o futuro?
Com uma dívida atual em torno de R$ 520 milhões, o cenário dos próximos meses para o Cruzeiro é sombrio. A cota fixa pela presença na Série B é muito pequena – cerca de R$ 8 milhões. Isso obrigará o clube a se desfazer de seus principais jogadores nas próximas semanas, já que não terá recursos para mantê-los na equipe no próximo ano.
Para piorar a situação, o clube deixará de receber pelo menos 100 milhões de reais por causa de sua queda à Série B do Brasileiro e da não-participação em nenhuma competição internacional de 2020. Com o time na Segunda Divisão, o clube ficará desvalorizado para negociar novos contratos, outro fator que agrava ainda mais a situação.

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